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A perda da massa muscular e a piora da massa óssea são dois efeitos colaterais conhecidos do tratamento do câncer de próstata. Essa combinação pode levar o paciente a se sentir mais fraco e, em casos mais graves, perder a autonomia para suas atividades diárias.

Um estudo brasileiro apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), em Chicago (EUA), mostra evidências de que a suplementação de whey protein e creatina à dieta pode ser a resposta para garantir a força física desses pacientes.

“Através da nutrição, o paciente consegue não só manter a massa muscular, mas em alguns casos até ganhar”, afirma o médico Paulo Lages, oncologista da Oncoclínicas em Brasília e principal autor do trabalho.

Estima-se que cerca de 75% dos casos de câncer de próstata no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, idade em que o ser humano é naturalmente mais frágil e, no geral, pratica menos atividades físicas, o que contribui com o processo de sarcopenia (a perda da massa magra). Além disso, o paciente que faz o tratamento do câncer de próstata com bloqueio hormonal perde testosterona, hormônio que dá energia para se exercitar.

“Perder músculo quando se é idoso significa ficar dependente, precisar de ajuda para tomar banho, sair do carro. Ao adicionar uma intervenção nutricional adequada, é possível mudar completamente a qualidade de vida desses pacientes”, afirma o oncologista.

Pesquisa

A pesquisa foi feita com homens que faziam o tratamento do câncer de próstata com hormonioterapia, procedimento de bloqueio hormonal que tem como objetivo reduzir o nível dos hormônios masculinos (andrógenos) no corpo.

Parte deles acrescentou o whey protein tradicional, derivado do soro do leite, à dieta. Dentro deste grupo, uma parcela de voluntários adicionou ainda a creatina. Segundo Lages, além de proporcionar o aumento da massa muscular, a creatina dá energia. “Ela melhora a disposição e leva energia direto para o músculo, dando mais energia para praticar exercícios”, explica.

Ao final do estudo, os homens conseguiram manter ou, em alguns casos, até melhorar a composição corporal com mais massa magra, em comparação aos que não modificaram a dieta.

A força dos pacientes foi avaliada com a ajuda de um dinamômetro e a quantidade de músculo e gordura, com exame de bioimpedância.

O ideal segundo Lages, seria que os pacientes acrescentassem o hábito de fazer atividades físicas à rotina, mas as limitações da idade e acesso podem dificultar isso.

A repórter Bethânia Nunes viajou para Chicago, nos Estados Unidos, a convite da Bayer.

Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução

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