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O tenente Tiago Silva de Almeida era o “Rocam Comando” do dia  21 de dezembro, noite em que aconteceu a “Chacina do Ramal Água Branca”,  quando quatro pessoas foram assassinadas, no quilômetro 35 da estrada AM-010, que liga os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Rocam Comando é como é denominado o policial comandante da tropa que está atuando nas ruas.

O tenente, mais dois cabos e um sargento foram presos na manhã de hoje (17), na operação ‘Cerco Fechado’, deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), por meio da 61ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial (PROCEAP).

Tiago foi preso quando saía de serviço da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), onde está lotado atualmente. Os demais foram presos em suas residências.

De acordo com o promotor de Justiça Armando Gurgel, foram cumpridos oito mandados judiciais, sendo quatro de prisões temporárias e outros quatro de buscas e apreensões, que dizem respeito à investigação de homicídios repercutidos na imprensa como “Caso da Chacina do Ramal Água Branca”.

Armando Gurgel enfatizou que as investigações correm em segredo de Justiça, por conta disso ainda não é possível falar detalhes das investigações e nem dos motivos que levaram às prisões dos militares.

Com as quatro prisões de hoje, subiu para 16 o número de policiais militares presos na Chacina do Ramal Água Branca, número correspondente a metade de um pelotão, que é a menor unidade militar sob o comando de um oficial, com 32 homens.

As vítimas Alexandre Melo, 29, Valéria Luciana Pacheco da Silva, 22 anos, os irmãos Diego Maximo Gemaque, 33, e Lilian Daiane Maximo Gemaque, 31, foram mortas e os corpos largados dentro de um carro no ramal, depois de uma abordagem feita por policiais militares da Rocam.

Provas e evidências

Imagens de vídeos mostram o momento da abordagem, e câmeras de segurança que mostram o veículo das vítimas  sendo escoltados por viaturas da Rocam, supostamente a caminho da morte, são as principais provas contra os militares.  Durante as investigações, de acordo com Gurgel, surgiram outras provas, testemunhas e materiais que evidenciam o envolvimento do grupo no crime.

De acordo com o promotor, as armas longas e espingardas dos policiais foram recolhidas para serem periciadas, porém não foi possível periciar as viaturas, pois elas foram lavadas. Na troca de plantão, os carros foram lavados e abastecidos, e qualquer resquício de prova foi apagado.

Para Gurgel, como não há crime perfeito, os suspeitos esqueceram de tirar as balaclavas das cabeças das vítimas. 

“Obviamente as vítimas não se vestiram de balaclavas porque preferiram morrer daquela forma, mas alguém colocou as balaclavas nelas. E provavelmente esqueceram de tirar, porque poderiam ter usado, matado e depois teria dado para tirar, mas ficaram”, destacou o promotor, dizendo que as investigações prosseguem e que a denúncia que será oferecida contra eles já está sendo elaborada.

Fonte: A Acrítica

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