Aterro para passagem improvisada sobre leito de rio também tem afetado as rotas fluviais sobre o Rio Autaz Mirim.
O período de inverno amazônico e a interdição de duas pontes da rodovia que desabaram no ano passado têm tornado ainda mais crítico o tráfego na BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia.
Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT) informou que realiza reparos nos pontos mais críticos da rodovia. Sobre as pontes, a autarquia comunicou que já contratou uma empresa para a reconstrução da ponte sobre o Rio Curuçá, e que contratará ainda neste mês a empresa responsável pela reconstrução da ponte sobre o Rio Autaz Mirim.
Na região do Rio Curuçá, onde três pessoas morreram e uma segue desaparecida após o desabamento da ponte, no fim de setembro de 2022, uma balsa está sendo usada para realizar a travessia. No entanto, em dias chuvosos, o nível do rio sobe e o acesso para a rampa, que foi feita com pedras, desaparece no rio, deixando a passagem ainda mais perigosa.
A subida das águas já preocupa motoristas que utilizam a rodovia.
“É uma travessia que é necessária para todos. É uma de grande importância e a gente sabe que se esse negócio encher mais complica né?”, comentou o condutor Cláudio Roberto de Jesus.
O acesso fica ao lado dos escombros da antiga ponte. De acordo com o DNIT, uma nova ponte deve ser entregue até outubro deste ano.
Passagem improvisada atrapalha rota fluvial
Mais adiante, na outra ponte que desabou dez dias depois, na altura do quilômetro 12, a estrutura segue interditada. Um aterro está funcionado como passagem para os veículos provisoriamente.
Quem está passando de veiculo por este trecho não encontra dificuldade, acesso difícil é para quem costumava trabalhar navegando pelo rio Autaz Mirim. O transporte de botijas de gás, por exemplo, precisou ser adaptado.
A embarcação vinda de Manaus com os botijões cheios de gás só chega até um dos lados do aterro. De lá, carregadores do município de Autazes viajam quatro horas para buscar os recipientes no outro lado da passagem improvisada.
A troca das botijas vazias pelos cheias é feita sobre o aterro. Em seguida, os recipientes são jogados no rio, e apanhados em uma canoa.
Atoleiros
Além das dificuldades provocadas por conta da queda das pontes, quem viaja pela BR-319 tem de enfrentar os velhos e conhecidos probelmas da rodovia: os atoleiros.
A viagem entre o município de Lábrea e a capital manaus, por exemplo, termina de forma exaustiva. Além disso, as más condições da estrada causam prejuízos na estrutura. O trajeto que deveria ser feito em 12 horas, leva cerca de três dias.
“Tem uns atoleiros bem ali na ponte, a ponte da entrada de manicoré, tá difícil. Tem um atoleiro feio lá, dois atoleiros que estão atrapalhando muito. É uma que teve ali onde teve uma vazão da água, ficamos presos quase oito horas lá, aí engatou lá aí, e só trator para puxar”, comentou o motorista de ônibus Charles Colares.
DNIT
Confira, na íntegra, o posicionamento do DNIT a respeito da BR-319
O DNIT informa que a empresa responsável pela manutenção do trecho questionado da BR-319/RO está atuando com sua equipe com colocação de brita para eliminar os pontos críticos da via. A Autarquia esclarece que a pavimentação completa depende ainda da liberação da Licença Ambiental de Instalação e as obras previstas no plano de 100 Dias são de serviços de manutenção.
A respeito das pontes na BR-319/AM sobre os rios Curuçá e Autaz-Mirim, o Departamento informa que os serviços de demolição e remoção dos destroços de ambas as estruturas já estão acontecendo desde dezembro.
Para o rio Curuçá, a SRDNIT/AM já assinou contrato para construção da nova ponte e as equipes contratadas já estão mobilizadas. Nesta primeira etapa, os técnicos estão montando o canteiro de obras, fazendo sondagens e elaborando o projeto. A previsão para conclusão das obras é outubro deste ano. Já a construção da nova ponte do rio Autaz-Mirim, a contratação deve ser feita em fevereiro, com início imediato das obras.
Atualmente, a travessia no rio Curuçá está sendo realizada por balsa. No rio Autaz-Mirim o DNIT salienta que a passagem seca deve operar somente até a instalação da balsa que está em fase de contratação. A expectativa da Autarquia é de que a balsa entre em operação em meados de fevereiro.
Fonte: G1 Amazonas