Buscando a quinta vitória seguida dentro do UFC, a manauara cria da Compensa, Jaqueline Amorim enfrenta a japonesa Mizuki Inoue, neste sábado (25), a partir das 10h (de Manaus), na luta que abre os trabalhos do UFC 321, na Etihad Arena, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. O combate é válido pelo peso-palha (52,1kg) e será a sexta vez de Jaque lutando no maior evento de MMA do mundo. O UFC Fight Pass transmite todas as 13 lutas do card, que contará com duas disputas de cinturão: Virna Jandiroba x Mackenzie Dern; Tom Aspinall x Ciryl Gane.
Com finalizações nas últimas três lutas, não é surpresa para ninguém que o jiu-jitsu da manauara faixa preta é o carro chefe para qualquer momento dentro do octógono. Em entrevista exclusiva para o CRAQUE, Jaqueline afirmou que quando entra em uma luta a mentalidade é sempre de que tem o melhor grappling (jogo de chão) do que a sua adversária. Para Jaque, a ideia é fazer a mesma coisa neste sábado: buscar a finalização. Ferramenta que a fez conseguir vitórias e até bônus por performance dentro do UFC.
“Toda vez que eu entro no octógono, a minha mentalidade é que eu sou a melhor grappling, independente de quem seja a minha adversária. Eu realmente acredito que eu tenho potencial para ser uma das melhores com jogo de chão no UFC, eu venho mostrando isso com as minhas performances. Sei que a minha adversária tem um bom jogo de chão, é uma boa striker, enfrentou lutadoras experientes, mas tenho confiança de que o meu grappling vai se sobressair, vou mostrar meu jiu-jitsu e conseguir mais uma finalização”, disse Jaque.
Adaptada ao calor
No mês de outubro, Abu Dhabi passa pela transição do verão para o outono – estação que inicia oficialmente em novembro. Se os termômetros marcam mais de 40ºC entre os meses de junho e setembro, neste momento, a temperatura está na casa dos 30ºC, o que para muitos atletas, acostumados com o frio, já é bastante quente. Entretanto, para quem cresceu na zona Oeste de Manaus, o DNA manauara faz com que Jaque já esteja adaptada às fortes temperaturas que Abu Dhabi impõe aos atletas presentes para o card deste sábado.
“Com calor não ligo muito não, pois sou de Manaus, então estou adaptada, já faz parte do DNA. Agora o fuso-horário é algo que atrapalhou, precisei chegar aqui bem antes justamente para me adaptar, pois eu sabia que, se eu chegasse na semana da luta, poderia ter problemas. Mas fizemos o dever de casa, conseguimos chegar antes e posso dizer que estou bem adaptada. Mas o calor me lembra de casa, o DNA manauara aparece, então nessa parte eu me sinto muito bem”, analisou Jaque.
Nostalgia
Em 2010, ainda em sua primeira viagem internacional, Jaqueline viajou para Abu Dhabi para disputar o World Pro de Jiu-Jitsu. 15 anos depois, agora com 30 anos e dentro do UFC, a manauara relembra com carinho sobre este momento na sua vida e diz que isto só aumenta a motivação para vencer neste sábado.
“Saindo de Manaus, Abu Dhabi foi a minha primeira viagem internacional. Na época, a gente tinha que passar por uma seletiva para poder estar no World Pro que acontece aqui. Eu tinha 15 anos, com a faixa azul, não falava inglês, eu era uma das atletas mais novas que estavam na competição e, voltando para cá, estando no UFC, passa um filme na minha cabeça. Porque na primeira vez que eu cheguei para competir aqui, havia um sonho, mas o futuro era incerto. Porém, agora, o sonho se tornou realidade e isso é gratificante, com certeza fico até com uma motivação há mais”, disse Jaque.
Futuro
Dando tudo certo no sábado e pensando em seus próximos passos, Jaqueline já tem alguns nomes que deseja enfrentar para entrar de vez no ranking peso-palha da organização. Nas 13ª e 12ª posições, respectivamente, encontram-se Tecia Pennington e Angela Hill. Mesmo com alguns alvos assegurados, a manauara não deixa de colocar a japonesa deste sábado como o principal foco do momento.
“Tem algumas meninas ali no top 15, como a Tecia Torres (Pennington), Angela Hill, que eu acho que podem ser minha oponente em uma próxima luta, mas primeiro preciso vencer esse sábado. Eu sei que se eu vencer, estarei mostrando para todos que estou pronta para enfrentar alguém do ranking na minha próxima rodada”, elaborou Jaque.
“Eu já queria ter lutado agora, mas acredito que esta luta será importante, até porque, eu ainda sou uma lutadora muito nova no UFC. As pessoas esquecem que eu só tenho quatro vitórias seguidas, então, quanto mais eu tiver experiência antes de enfrentar uma ranqueada, vai ser melhor lá na frente. Porque, quando eu entrar, eu só vou querer subir, estarei me preparando para me tornar a número um contender. Então, essas lutas estão sendo importantes para me preparar”, afirmou Jaque.

