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Em seu primeiro depoimento, o adolescente já havia confessado à Polícia Militar que recebeu R$ 2 mil de outros suspeitos para auxiliar na chacina.

Neste sábado, 28, o adolescente de 17 anos, suspeito de participar dos assassinatos de 10 pessoas da mesma família no Distrito Federal (DF), foi apreendido. O investigado já havia sido ouvido pela Polícia Civil do DF (PCDF), mas foi liberado na madrugada desta quarta-feira, 25, por causa da ausência de um mandado de busca e apreensão contra o jovem. De acordo com o Twitter da PCDF, nesta manhã foi cumprido o mandado expedido pela Vara da Infância e Juventude. O adolescente foi detido pelas autoridades e será ouvido na Delegacia da Criança e do Adolescente. Os crimes já são considerados como a maior chacina da história do DF.

“A PCDF, por intermédio da Delegacia da Criança e do Adolescente – DCA I, informa que, na manhã deste sábado (28), cumpriu o mandado e efetuou a apreensão do adolescente, de 17 anos, autor de atos infracionais que culminaram na morte de diversas pessoas de uma família do DF”, informou o comunicado. Em seu primeiro depoimento, o adolescente já havia confessado à Polícia Militar que recebeu R$ 2 mil de outros suspeitos para “ajudar os outros comparsas a praticar o crime”. Ele também disse que esteve no cativeiro das vítimas.

De acordo com as informações divulgadas nesta sexta-feira, 27, os assassinatos foram motivados por uma chácara com o valor de R$ 2 milhões. Os suspeitos resolveram matar toda a família para tomar posse da chácara sem disputas com herdeiros. A polícia trabalha com várias tipificações para os crimes cometidos, entre eles: ocultação de cadáver; homicídio qualificado por motivo fútil, torpe e por meio aplicado; extorsão mediante sequestro, com resultado morte; latrocínio (roubo seguido de morte); corrupção de menores; e associação criminosa. Somadas, as penas podem variar de 190 a 340 anos de prisão.

Cronologia da chacina

A primeira ação do grupo criminoso aconteceu em 28 de dezembro, quando três vítimas – Marcos Antônio Lopes de Oliveira, Renata Juliene Belchior e Gabriela Belchior – foram rendidos na chácara que moravam por Carlomam dos Santos Nogueira e o adolescente de 17 anos, ambos suspeitos. A dupla teve acesso ao local com o apoio de Gideon Batista de Menezes. Horácio Carlos Ferreira Barbosa, que também integra os suspeitos de participação na chacina, se fingiu de vítima. Marcos Antônio foi atingido por um disparo na nuca. Ele foi enrolado em um tapete e levado dentro do carro de Gideon até o cativeiro, onde foi esquartejado e enterrado. Renata e Gabriela foram vendadas, amordaçadas e também colocadas em cativeiro, sendo vigiadas por Fabrício Silva Canhedo.

Em 4 de janeiro, Cláudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio, e Ana Beatriz Marques de Oliveira foram rendidas em casa por Carloman, com a ajuda de Gideon, Horácio e Fabrício, em uma nova simulação de assalto. Elas também foram levadas para o cativeiro. Em 12 de janeiro, Thiago Gabriel Belchior, marido de Elizamar e filho de Marcos Antônio, começou a questionar Gideon e Horácio sobre o paradeiro do pai, o que levou a dupla a sequestrar Thiago e o restante da família. O jovem foi atraído ao local por uma mensagem enviada pelo celular do pai, que pedia a presença da família na chácara.

Com a ajuda de Carlos Henrique Alves da Silva, conhecido como Galego, o grupo simulou um novo assalto na chácara da família, novamente com Horácio e Gideon se passando também de vítimas. Thiago foi amarrado, com os pés atados e levado para o cativeiro, enquanto Elizamar e os três filhos do casal foram colocados dentro do carro da cabeleireira e levados para a região de Cristalina, em Goiás. O veículo foi queimado no dia seguinte, com a família dentro.

No dia 14 de janeiro, os envolvidos levaram Renata e Gabriela de carro a Unaí, em Minas Gerais, e também queimaram o veículo com as duas dentro. Um dia depois, em 15 de janeiro, Carlomam e Horácio mataram Thiago, Cláudia e Ana. Os corpos foram colocados em uma cisterna. “Estávamos trabalhando com a hipótese de que era uma chacina por questões econômicas. Desde o início colocávamos essa situação. Chegamos a três razões que eles praticaram: a chácara, a venda do lote e o direito das contas”, disse o delegado Ricardo Viana.

Fonte: JP Notícias

 

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