Captar investimentos para uma indústria emergente pode ser desafiador — os negócios canábicos sabem bem disso. Mas, para toda regra, há uma exceção, e os psicodélicos têm apresentado uma performance extraordinária na atração de investidores interessados nesse mercado, que propõe um novo paradigma em tratamentos psíquicos.
A retomada de estudos e pesquisas para uso medicinal de tais substâncias na última década é um fenômeno global que ficou conhecido como “renascimento psicodélico” e, só em 2021, levantou US$ 540 milhões em investimentos, segundo o relatório da Valhalla Ventures.
Embasados por uma série de resultados positivos em estudos globais sobre sua eficácia, os psicodélicos têm levado esperança a pacientes acometidos por doenças como depressão refratária — aquela resistente aos antidepressivos clássicos —, estresse pós-traumático ou dependência a substâncias como álcool, opiáceos e tabaco. As vendas anuais de medicamentos para essas condições somam mais de US$ 25 bilhões mundo afora.
Ayahuasca, ibogaína, cetamina, psilocibina, MDMA, LSD e DMT são as substâncias psicodélicas mais estudadas atualmente, com novos e promissores resultados. Três desses estudos merecem destaque especial. O primeiro deles, realizado pela Johns Hopkins, mostrou que os efeitos antidepressivos da terapia assistida por psilocibina podem durar pelo menos um ano em alguns pacientes. O segundo, cujos resultados foram divulgados em meados de setembro, teve a participação de quase 500 pacientes com depressão grave e permitiu aferir uma diminuição das ideações suicidas em metade deles.
Finalmente, um ensaio clínico randomizado, publicado na Jama Psychiatry há poucas semanas, demonstrou que, oito meses depois da primeira dose, os voluntários que receberam psilocibina reduziram em 83% o consumo de álcool, em comparação com 51% entre aqueles que tomaram placebo.
Leia mais em: https://forbes.com.br/forbessaude/2022/12/renascimento-psicodelico-potencial-de-us-68-bilhoes/