A polícia do Equador prendeu, nesta quinta-feira (18), dois suspeitos de assassinar o promotor César Suárez, que investigava o caso de uma emissora de TV que foi invadida por criminosos ao vivo na semana passada.
A informação foi anunciada por César Augusto Zapata Correa, comandante-geral da Polícia Nacional do Equador, pelas redes sociais.
“Prendemos dois suspeitos de envolvimento no assassinato do promotor César Suárez, em Guayaquil, após diligência investigativas que nos permitiram identificar a suposta participação no ato criminoso”, escreveu Correa.
Ele acrescentou que foram apreendidos um rifle, duas pistolas, carregadores e dois veículos.
#Urgente ||
— GraD. César Augusto Zapata Correa (@CmdtPoliciaEc) January 18, 2024
Hemos aprehendido a 2 presuntos implicados en el asesinato del fiscal César Suárez, en #GYE, tras diligencias investigativas que permitieron identificar la presunta participación en el hecho criminal.
Indicios: fusil, 2 pistolas, alimentadoras y 2 vehículos. pic.twitter.com/aKYdiRAhkZ
O promotor César Suárez, que conduzia a investigação sobre a rede de televisão que foi invadida no Equador no dia 9 de janeiro, foi assassinado nesta quarta-feira (17).
Ele também investigava o narcotráfico e corrupção em hospitais, segundo apuração da CNN. Suárez foi morto a tiros, de acordo com a agência Reuters, citando o governo equatoriano.
Pelas redes sociais, a procuradora-geral do Equador, Diana Salazar, enviou condolências à família e disse que o combate ao crime organizado vai continuar.
“É impossível não ficar arrasado com a morte de um colega na luta contra o crime organizado. Seguiremos firmes em seu nome: por ele, pelo país, pela justiça.
Obrigado pelo seu trabalho, César. Descanse em paz. Minha solidariedade à sua família e amigos”, destacou.
“Vou ser enfática: os grupos de crime organizado, os criminosos, os terroristas não vão impedir o nosso compromisso com a nossa sociedade equatoriana”, advertiu Salazar.
Invasão da TV no Equador
No dia 9 de janeiro, criminosos encapuzados e armados invadiram o estúdio da rede de televisão TC em Guayaquil, fazendo os funcionários de reféns.
As imagens dos funcionários no chão do estúdio onde o noticiário era apresentado foram transmitidas ao vivo e repercutiram em todo o mundo.
A CNN conversou com jornalistas do canal, que relataram os momentos de medo, tensão e horror enquanto tinham armas apontadas para eles. Um deles chegou a ter um explosivo colocado no bolso.
A polícia conseguiu prender os 13 criminosos, que foram processados pelo crime de terrorismo. A Procuradoria-Geral equatoriana havia informado que 2 dos 11 envolvidos são adolescentes.
Crise no Equador
A onda de violência no Equador se intensificou após o líder do grupo criminoso Los Choneros fugir de uma prisão em Guayaquil, no dia 7 de janeiro. Um dia depois, o presidente Daniel Noboa decretou estado de emergência no país.
Na tarde do dia 9 de janeiro, um grupo de homens encapuzados e armados invadiu as instalações do canal TC Televisión, de Guayaquil.
O crime foi capturado pela transmissão ao vivo, que mostrou funcionários sendo obrigados a se deitarem no chão. Foi possível ouvir tiros e gritos. Em operação para libertar os funcionários, a polícia prendeu 13 pessoas e apreendeu armas e explosivos.
Ainda na noite de terça, o presidente Daniel Noboa decretou a existência de um “conflito armado interno” no país e instituiu que sejam feitas operações pelas forças de segurança para neutralizar os criminosos.
No texto do decreto, o governo também qualifica como “terroristas e atores não estatais beligerantes” 22 grupos do crime organizado.
Além disso, diversos ataques e explosões foram registrados, e centenas de pessoas foram detidas.