De acordo com a polícia, família estava preocupada sobre época em que criança ficou a sós com o médico, acusado de estuprar pacientes no Rio.
Em mais um desdobramento dos casos de abuso sexual cometidos pelo médico Andres Eduardo Oñate Carrillo, a família de uma criança procurou a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), nesta terça-feira (17/1), para fazer uma denúncia.
De acordo com os responsáveis, a criança ficou sozinha algumas vezes com o anestesista colombiano em um quarto de hospital. Os parentes relataram à polícia que estavam preocupados que Carrillo tivesse aproveitado a situação para cometer algum tipo de assédio, mas não tinham provas nem relatos sobre.
O médico, de 32 anos, foi preso na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, nessa terça-feira (16/1), pelo estupro de pacientes durante cirurgias e por gravar as cenas de abuso. O caso é investigado desde dezembro de 2022, após o compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Secopi) da Polícia Federal.
Carrillo também responde a inquérito por produção e armazenamento de cenas de abuso infantojuvenil. Os responsáveis pelo caso encontraram mais de 20 mil arquivos com imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes nos computadores do anestesista. Entre as imagens, havia registros que incluíam bebês com menos de 1 ano.
O acusado confessou todos os crimes mencionados, tanto de abuso de vulnerável, como de armazenamento de pornografia infantojuvenil. Segundo a polícia, o homem afirmou que nunca abusou sexualmente de crianças, “mas satisfaz sua libido vendo imagens e vídeos tanto de meninos quanto meninas”.
Na declaração, o médico também afirmou que esperava a “melhor hora [momento em que estava sozinho] e aproveitava” para “esfregar seu pênis nas pacientes”.
Depoimento de colega de trabalho
Além da denúncia da família da criança, uma anestesista que trabalhou com Carrillo também depôs na Dcav nesta terça. A médica foi convocada pela polícia para falar sobre o abuso de uma paciente no dia 5 de fevereiro de 2021, no Hospital Estadual dos Lagos, onde a profissional trabalhava junto com o abusador.
No depoimento, a anestesista informou que Carrillo auxiliava nas cirurgias do dia e, mesmo com atendimentos marcados com pacientes masculinos, acabou substituindo um outro anestesista na data, para atender a mulher, vítima do abuso. De acordo com a médica, é comum que essas substituições aconteçam ao longo da jornada de trabalho, assim como é de praxe que anestesistas e pacientes fiquem a sós.
Fonte: Metrópoles