Jair Bolsonaro e sua defesa articulam com o ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) — e agora também integrante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, um pedido de vista no julgamento na Corte Eleitoral que irá decidir se Bolsonaro perderá seus direitos políticos por oito anos. O julgamento está marcado para o próximo dia 22, em ação apresentada pelo PDT, e irá analisar a conduta do ex-presidente em reunião com embaixadores na qual ele criticou as urnas eletrônicas. Bolsonaro é acusado de abuso de poder político, com desvio de finalidade, e uso indevido dos meios de comunicação e abuso, já que a reunião foi transmitida pelos canais oficiais do governo.
A estratégia da defesa de Bolsonaro, caso Nunes Marques se comprometa a ajudar no julgamento, é aproveitar o prazo de 60 dias estabelecido pelo pedido de vista, além do período de recesso do judiciário, marcado para julho. Com isso, o ex-presidente ganharia mais três meses para trabalhar sua defesa e articular com o restante da corte do TSE um resultado que não o torne inelegível. Nunes Marque foi um dos ministros indicados por Bolsonaro a uma vaga no STF durante o seu governo. Em parecer assinado em abril pelo vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, o Ministério Público Eleitoral (MPE) se manifestou a favor da inelegibilidade do ex-presidente, entendendo que o discurso de Bolsonaro aos embaixadores atacou as instituições eleitorais.
Fonte: JP Notícias
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