A Comissão Anticorrupção de Bangladesh (ACC, na sigla em inglês) apresentou na terça-feira, 30, acusações contra o vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, e outras 12 pessoas por suposto desvio de US$ 2,35 milhões (R$ 11,84 milhões) de um fundo para trabalhadores. A ACC abriu a investigação contra Yunus, presidente da empresa Grameen Telecom, em 2022, após receber uma denúncia do Departamento de Inspeção de Fábricas e Estabelecimentos por peculato e lavagem de dinheiro. “Descobrimos que a acusação contra o presidente da Grameen Telecom, Muhammad Yunus, e outros membros são verdadeiras”, disse o diretor-geral da ACC, Rezanur Rahman, em entrevista coletiva.
Este é o mais recente movimento legal contra Yunus pelas autoridades de Bangladesh desde que ele foi destituído de seu cargo como CEO da empresa de microcrédito Banco Grameen em 2011. O economista, reconhecido com o Prêmio Nobel da Paz em 2006, foi afastado do banco a pedido do governo, uma ordem da qual Yunus recorreu sem sucesso. As autoridades de Bangladesh concentraram a atenção em Yunus desde que um documentário foi ao ar em 2010 expondo supostas transferências ilegais de fundos entre duas entidades do Grupo Grameen.
Além disso, a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, culpa Yunus por supostamente ter influenciado o Banco Mundial para que esta entidade cancelasse os fundos para o projeto da construção de uma ponte. No mês de março, em uma carta aberta, 40 líderes mundiais, incluindo Hillary Clinton, expressaram preocupação com o bem-estar de Yunus, dizendo que o governo de Bangladesh o estava “atacando injustamente, assediando e investigando repetidamente”. Yunus, conhecido como ‘o banqueiro dos pobres’, foi reconhecido com o Prêmio Nobel da Paz por ter fundado o Banco Grameen para combater a fome e a pobreza em Bangladesh, por meio do desenvolvimento do conceito de microcrédito, por meio do qual empréstimos são concedidos a pessoas de baixa renda pessoas de renda que desejam realizar algum tipo de empreendimento.
Fonte: JP Notícias
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