Manobras tentam evitar fechamento do lixão já condenado pela justiça
A irresponsabilidade está colocando em risco a segurança e a saúde da população de Manaus. Mesmo após decisão da justiça pelo encerramento do atual lixão de Manaus devido à contaminação por chorume e incapacidade de manutenção da operação com o fim da sua vida útil, o Desembargador João de Jesus Adbdala Simões articula com a Prefeitura de Manaus para manter o lixão aberto.
Há 30 anos, uma ação sobre a questão corre na Justiça. Em 2019, um acordo entre o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Prefeitura de Manaus estabeleceu que o atual lixão, localizado na rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara), estaria em operação até janeiro de 2024.
Em nenhum momento a Prefeitura atendeu e respeitou o acordo firmado em 2019, o que fez com que a justiça determinasse seu fechamento antecipado.
Agora, com uma manobra jurídica, no mínimo estranha e contraditória, envolvendo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, Ministério Público Estadual e Prefeitura Municipal, coloca em risco o meio ambiente, a saúde da população de Manaus e até mesmo o funcionamento do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
A insistência da prefeitura de Manaus em fazer um “puxadinho” do lixão, além de ir contra o que todos os órgãos ambientais determinam, coloca a cidade na contramão no que se refere à Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
Enquanto outras cidades investem no tratamento dos seus resíduos e combate aos gases do efeito estuda, o fato de tentar manter a destinação do lixo de Manaus a um lixão, com contaminação de chorume, atrativo de urubus e total descaso com a população e meio ambiente é incompreensível em se tratando da capital que deveria ser um exemplo de sustentabilidade para o país.