São Paulo – Um estudante de quiropraxia de 20 anos foi preso, na noite de quinta-feira (15/6), após ser flagrado registrando com um celular as partes íntimas de alunas de medicina veterinária em um banheiro da Universidade Anhembi Morumbi, na Mooca, zona leste paulistana.
Gabriel Valareto Vicente Silva estava em um banheiro unissex da instituição. O celular dele foi pego por uma testemunha.
Como o aparelho estava desbloqueado, duas das vítimas se reconheceram em alguns dos registros. Por causa disso, a segurança da universidade e a Polícia Militar foram acionadas.
Todos foram levados para o 8º DP (Brás), onde Gabriel foi indiciado em flagrante por importunação sexual e também por registrar a intimidade das vítimas sem autorização.
Ele seria submetido a uma audiência de custódia, ainda nesta sexta-feira (16/6).
Intimidade violada
Uma da vítimas afirmou, em depoimento, que usava o banheiro quando percebeu que suas partes íntimas eram alvo da câmera de um celular, posicionado sob a divisória das cabines. Ela era acompanhada por uma amiga, em frente à sua cabine, que estava com a tranca da porta quebrada.
Quando foram até o local onde Gabriel estava, ambas afirmaram terem flagrado o rapaz com o zíper da calça aberto e “com as duas mãos cobrindo as partes íntimas.”
“Nesse momento sua amiga ordenou que ele apagasse as imagens. Ele concordou em apagá-las e desbloqueou o celular.”
O aparelho foi tirado das mãos de Gabriel por uma terceira mulher, que chegou logo em seguida.
“Após analisados os elementos de informação colhidos, entendeu a autoridade policial presentes os elementos de autoria e materialidade do crime consumado de importunação sexual e registro não autorizado da intimidade sexual”, avaliou o delegado Renato de Nova Caggiano Júnior.
Versão do aluno
Na delegacia, Gabriel afirmou que foi até o banheiro unissex, por volta das 16h30, pouco depois de ter iniciado estudos na biblioteca da instituição.
Ele acrescentou que, após dar a descarga, sentou-se no vaso sanitário da cabine, para responder mensagens no celular. Foi quando percebeu que alguém havia entrado na cabine ao lado.
“Nesse momento [ele] teve a ideia de tentar realizar imagens da pessoa ao lado usando o banheiro”, relatou o estudante à polícia, acrescentando “que não sabia que essa pessoa era uma mulher”
Ele foi notado pela vítima e, a partir daí, permaneceu no banheiro, “com receio de ser agredido”, até a chegada da PM.
Defesa
A advogada Camila Casco afirmou, no início da tarde desta sexta-feira, que irá se manifestar no decorrer do processo.
“O celular de Gabriel encontra-se apreendido e passará por perícia. Somente após a conclusão do inquérito e perícia poderei informar o posicionamento da defesa”, acrescentou.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) afirmou que Gabriel foi apresentado à Justiça, mas ainda não havia passado por audiência de custódia, até a publicação desta reportagem.
A assessoria de imprensa da universidade foi procurada, por telefone e mensagens, mas não se posicionou. O espaço segue aberto.
Fonte: Metrópoles