O aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto, deve causar um impacto bilionário na economia do Amazonas. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estado pode perder até R$ 1,1 bilhão com as novas taxações, o que representa uma retração de 0,67% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
As exportações do Amazonas para os EUA são fortemente concentradas na indústria de transformação, com destaque para o Polo Industrial de Manaus (PIM). Em 2024, 96,1% dos produtos exportados aos americanos vieram do setor industrial.
Os principais itens enviados ao mercado norte-americano foram equipamentos de transporte (US$ 28 milhões, 28%), derivados de petróleo e biocombustíveis (US$ 25 milhões, 25,1%) e máquinas e equipamentos (US$ 24,4 milhões, 24,4%).
Apesar de os Estados Unidos não estarem entre os principais destinos das exportações do estado em termos percentuais — com participação inferior à de estados do Sudeste e Nordeste —, o valor absoluto das vendas e a dependência do setor industrial tornam o impacto significativo.
A preocupação é que a sobretaxa comprometa a competitividade dos produtos amazonenses, podendo gerar efeitos na produção, emprego e arrecadação local.
“Esse tarifaço pode causar um efeito cascata, atingindo diretamente o Polo Industrial de Manaus, que é a base da economia amazonense”, alertou Ricardo Alban, presidente da CNI.
Além do Amazonas, o Pará também aparece entre os estados mais afetados da Região Norte, com prejuízo estimado de R$ 973 milhões, puxado por exportações de metalurgia e produtos químicos.
Já estados como Roraima, Acre e Amapá devem sentir impactos mais modestos, tanto em volume financeiro quanto em participação das exportações voltadas aos EUA.
A medida, considerada injustificável por entidades da indústria, deve ser um dos principais pontos de tensão na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos nos próximos meses.