A Polícia Civil investiga se o assassinato do cacique Jair Cordovil Trindade, conhecido como “Jair Miranha”, foi motivado por disputa de terras indígenas. O crime aconteceu em Manaus, em 2022. Na terça-feira (21), o suspeito de ter executado o indígena foi preso em Ananindeua, no Pará.
O crime ocorreu no dia 6 de outubro do ano passado, na comunidade Nações Indígenas, bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus.
Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (23), o delegado Ricardo Cunha, responsável pelo caso, informou que uma das linhas de investigação indica que o crime foi cometido por disputa de terras indígenas.
“Como o caso envolveu um líder indígena, trabalhamos com a possibilidade de a motivação girar em torno da disputa de terras indígenas. O seu Jair tem suspeita de uma passagem criminosa, que estamos investigando. Então, todas essas linhas investigativas estão em andamento”, disse o delegado.
Ricardo Cunha não detalhou qual crime teria sido cometido pela vítima. Jair era um dos líderes indígenas mais conhecidos da capital amazonense. O local onde ele foi baleado abriga, atualmente, cerca de 13 etnias, com mais de 2 mil moradores. A região é marcada por conflitos envolvendo ocupações indígenas.
O crime
Segundo o delegado, o suspeito chegou à casa do indígena, em uma motocicleta, acompanhado de um comparsa. Eles se passaram por vendedores ambulantes.
“Quando o Jair saiu de casa para atender essas pessoas, ele foi alvejado com diversos disparos de arma de fogo. Passou diversos dias hospitalizado, mas não resistiu”, explicou o delegado.
Com o andamento das investigações, a polícia conseguiu identificar um dos suspeitos, que já responde por outros homicídios em São Paulo. Os agentes passaram a monitorá-lo, e haviam tentando prendê-lo no Piauí, mas não tiveram sucesso.
“Tentamos fazer contato com a polícia local, tentamos fazer a prisão, mas não deu certo. E descobrimos que ele havia viajado para o estado do Pará. No dia 21, no município de Ananindeua, as equipes policiais conseguiram efetuar a sua prisão, quando ele estava desembarcando ali de um coletivo interestadual”, explicou o delegado.
Ainda de acordo com Ricardo Cunha, o suspeito deverá ser transferido para uma unidade prisional de Manaus. As investigações seguem em andamento, a fim de identificar o segundo envolvido e confirmar a motivação do crime.
Fonte: G1 Amazonas