O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (5/10) que a inflação no Brasil tem se mostrado mais resiliente do que se esperava. As declarações foram dadas durante um fórum sobre fundos imobiliários, nesta manhã, em São Paulo.
Apesar da resiliência, segundo Galípolo, a inflação “surpreendeu positivamente em relação ao início do ano”, assim como o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De acordo com Galípolo, há espaço para o BC ajustar o ritmo de contração da taxa básica de juros (Selic) sem afastá-la de uma zona contracionista. A taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.
“A situação do Brasil é que temos espaço para ajustar o nível de contração da política monetária, permanecendo na zona contracionista para levar a inflação à meta, mas ajustando esse nível de contração dado o próprio comportamento da inflação, que caiu e fez o juro real subir”, afirmou.
De acordo com a última edição do Relatório Focus, do BC, divulgada no início da semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 4,86%.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.
Cortes na Selic
Segundo o diretor de Política Monetária do BC, a manutenção dos cortes de 0,5 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões é o caminho mais adequado neste momento.
“Entendemos que é um ritmo que permite ajustar o nível de contração e ir observando a reação da economia em função desses ajustes”, disse Galípolo. “A gente achou importante sinalizar esse ritmo, porque está se revelando o mais adequado.”
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a taxa básica de juros foi reduzida em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano – foi o segundo corte desde agosto.
O Relatório Focus manteve a estimativa para o fim de 2023 em 11,75% ao ano. Para 2024, a projeção continua em 9% ao ano. Para 2025, ela segue em 8,5%.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução