A nova vacina contra a dengue deve chegar às clínicas particulares do Brasil no segundo semestre deste ano, de acordo com as informações do laboratório japonês Takeda Pharmaceutical, de produziu o imunizante. Nomeada de Qdenga, a vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último final de semana. A vacina pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos que tiveram ou não a doença, como explicou a diretora executiva de assuntos médicos da Takeda no Brasil, Dra. Vivian Lee: “Essa aprovação nos deixou muito entusiasmados porque a gente vai ter um pilar adicional ao Programa Nacional de Controle da Dengue, que inclui o controle do vetor, mas para pacientes, pessoas infectadas e indivíduos sadios não havia uma prevenção efetiva e eficaz como agora”. Ainda não há uma previsão de inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS), mas o Ministério da Saúde afirma que a questão é tratada como prioridade. Para a presidente do c0nselho da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Fabiana Funk, a vacina é muito importante, mas primeiramente deve se evitar o criadouro do mosquito aedes aegypti.
“A vacina é importante, extremamente importante. Mas, nós não podemos simplesmente lançar mão da vacina e nos esquecermos do que vem antes da vacina, que é a higiene básica e primária sobre a contenção dos agentes transmissores, que são os mosquitos. Há necessidade de nós primeiro continuarmos imprimindo esforços em relação a manter os ambientes e locais limpos para não haver proliferação do mosquito”, declarou Fabiana. O Brasil viveu uma explosão de casos e mortes por dengue em 2022, foram 1.016 óbitos confirmados e 1.450.270 casos prováveis da doença, número que representa um aumento de 160% em relação a 2021. O infectologista Kleber Luz disse que a aprovação é um avanço e um passo importante no combate à dengue no país: “Essa vacina, que foi aprovada pelo governo brasileiro na semana passada, é uma vacina quimérica, portanto ela é uma combinação de quatro sorotipos, com base no sorotipo 2. E tem uma proteção que foi bem avaliada para os sorotipos 1, 2 e 3. Todavia, no sorotipo 4 não foi demonstrada uma eficácia boa porque não aconteceram doenças pelo sorotipo 4. A grande vantagem, pelo menos até agora, é que possivelmente ela não está relacionada à produção de doença grave naqueles indivíduos que nunca tiveram dengue e que tomaram a vacina da dengue”.
Fonte: JP Notícias