Após passar cinco dias internado, depois de ter um acidente vascular cerebral (AVC), morreu no sábado (5/11) o filho de santo Jerônimo Rufino dos Santos Junior, de 39 anos. O homem estava no Hospital estadual Carlos Chagas, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele era filho de santo da Iyá Paula de Odé, que acusou a direção da unidade de saúde de intolerância religiosa.
A mãe de santo alegou ter sido impedida de entrar na instituição de saúde para realizar um ritual com o paciente. A direção da unidade negou ter cometido intolerância e afirma que orientou a mãe de santo a “seguir o protocolo” da instituição.
De acordo com o jornal O Globo, o corpo de Jerônimo foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, neste domingo (6/11). Ele era torcedor do Flamengo, campeão da Taça Libertadores da América dois dias antes do AVC de Jerônimo, além de musicista. Por isso, a cerimônia contou com uma charanga, que tocava músicas do time. Um trompete foi colocado em cima do caixão para homenageá-lo. O velório também teve cânticos e rituais de candomblé, religião de Jerônimo, que era ogã.
A mãe de santo Iyá Paula de Odé discursou durante o velório e destacou a intolerância que a religião enfrenta. “Essa luta não vai parar, não só pelo Jerônimo e pela família dele, mas por todo o povo de axé, que merece respeito”, afirmou, destacando que o rapaz era apaixonado pelo orixá Ogum. “Jerônimo era amor. Só queria amar e ser amado, era um ogro de sorriso largo, sempre pronto para ter uma boa palavra para todo mundo: era nosso porto seguro”, lamenta a viúva do filho de santo, Juliana Machado, casada há 20 anos com ele.