O Instagram é considerada a principal plataforma utilizada por redes de pedófilos para promover e vender conteúdo que exibe abuso sexual de menores, indica relatório da Universidade de Stanford e do Wall Street Journal (WSJ). O conteúdo foi divulgado na última quarta-feira (7/06).
“Grandes redes de contas com a aparência de serem utilizadas por menores publicitam abertamente material de abuso sexual infantil para venda”, esclarece pesquisadores do Centro de Política Cibernética da prestigiada universidade do Vale do Silício.
“O Instagram é atualmente a plataforma mais importante para estas redes devido a características como algoritmos de recomendação de conteúdo e mensagens diretas, que ajudam a conectar compradores e vendedores”, acrescentaram.
Além disso, pedófilos e as redes citadas não precisam mostrar muito engenho para conseguir seus objetivos. Conforme o WSJ, uma simples busca de palavras-chave explícitas sobre o tema leva a contas que usam essas hashtags para oferecer conteúdo com abuso sexual de menores.
Muitos desses perfis “afirmam ser operados pelos próprios menores e usam pseudônimos abertamente sexuais”, detalha o artigo.
As contas não dizem diretamente que estão vendendo tais imagens, mas contam com menus com opções, inclusive, em alguns casos, para solicitar atos sexuais específicos.
Os pesquisadores de Stanford também detectaram ofertas de vídeos com zoofilia e autoflagelação.
“A um certo preço, as crianças estão disponíveis para ‘encontros’ em pessoa”, continua o texto.
O relatório destaca o papel desempenhado pelos algoritmos da rede social: uma conta de teste criada pelo jornal foi “inundada com conteúdo que sexualiza crianças” depois de clicar em algumas dessas recomendações.
Segundo o WSJ, a gigante das redes sociais reconheceu que tem dificuldades em seus serviços de segurança e disse que havia criado um “grupo de trabalho” para tratar do problema.
Em março, fundos de pensões e de investimento apresentaram uma denúncia contra a Meta por “fazer vista grossa” ao tráfico de pessoas e à pedofilia em suas plataformas.
O Instagram também é acusado regularmente por associações e autoridades de não proteger o suficiente as crianças contra os riscos de assédio, dependência e problemas de imagem pessoal.
Fonte: O Tempo
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