Uma operação conjunta das Forças Armadas e de órgãos de segurança pública resultou na destruição de uma aeronave utilizada por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A ação aconteceu na última quarta-feira (18), durante as atividades da Operação Catrimani II, voltada ao combate à exploração mineral clandestina na região.
O avião, um monomotor, estava escondido próximo a uma pista de pouso improvisada dentro de uma área de garimpo conhecida como Noronha, no Alto Uraricoera. Segundo as Forças Armadas, a localização da aeronave foi descoberta após semanas de trabalho de inteligência, que incluiu o uso de imagens de satélite e o monitoramento aéreo por drones da Força Aérea Brasileira (FAB).
No local, os militares encontraram também sinais recentes da presença de garimpeiros, como trilhas abertas na mata, indícios de fuga pelos rios próximos, além de ferramentas, celulares, botijões de gás e galões de combustível abandonados. Técnicos de engenharia do Exército foram transportados até a área com o apoio de um helicóptero Black Hawk da FAB para realizar a destruição da aeronave.
De acordo com o comando da operação, o avião servia de apoio logístico para o transporte de equipamentos e suprimentos para o garimpo ilegal, que vem sendo alvo de ações constantes das autoridades nos últimos meses.
A Operação Catrimani II é coordenada pela Casa de Governo em Roraima e conta com a participação de diferentes forças e agências governamentais. A ofensiva integra os esforços federais para desarticular as redes criminosas que atuam na Terra Yanomami, considerada o maior território indígena do país, com mais de 9 milhões de hectares.
Desde o início de 2023, a região vive uma situação de emergência humanitária em saúde pública, agravada pelos impactos da mineração ilegal. Cerca de 31 mil indígenas, distribuídos em 370 comunidades, vivem na área, que se estende pelos estados do Amazonas e de Roraima.
Além das operações de segurança, o governo federal tem mantido o envio de equipes de saúde e ajuda humanitária para tentar minimizar os danos causados aos povos Yanomami.
Foto: Divulgação/Comando Conjunto Catrimani II