A frequência cardíaca ideal para queimar gordura varia de pessoa para pessoa. Ou seja, a “zona de queima de gordura” que você vê indicada nos aparelhos da academia pode ser uma peça de ficção. Pelo menos, é o que sugere uma pesquisa da Escola de Medicina Icahn, afiliada aos hospitais Monte Sinai, dos Estados Unidos.
O estudo foi publicado em 14 de julho deste ano, na revista Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Disease e usou uma metodologia de aprendizado de máquina para chegar aos resultados.
“Há muitas pessoas que desejam perder peso ou gordura e se exercitam na intensidade que resulta na máxima queima de gordura. A maioria das máquinas de academia oferece uma ‘zona de queima de gordura’ com base na idade, sexo e frequência cardíaca”, afirma Hannah Kittrell, a autora principal do estudo, em entrevista ao site Eureka Alert. “Entretanto, essa ‘zona de queima de gordura’ não possui validação científica, o que significa que as pessoas podem estar se exercitando em intensidades que não são ideais para seus objetivos de perda de peso personalizados”, alerta a autora.
Os pesquisadores sugerem a realização de testes clínicos de exercício para que se estabeleça a frequência ideal cardíaca personalizada, os testes avaliam como o corpo da pessoa reage ao exercício físico, recrutando energia da glicose sanguínea, dos estoques de gordura e dos músculos.
Comparação de frequência cardíaca
Para chegar aos resultados, os pesquisadores compararam a frequência cardíaca dos voluntários em FATmax (parâmetro individual em que a queima de gordura é máxima) com a frequência cardíaca máxima da “zona de queima de gordura” parametrizada.
Em um grupo de 26 participantes, com 11 mulheres e 17 homens, a pesquisa revelou uma correlação fraca entre as duas medidas, com uma diferença média de 23 batimentos por minuto, o que sugere que as recomendações genéricas para a “zona de queima de gordura” não são precisas para todos.
Os pesquisadores planejam agora investigar se a prescrição de exercícios personalizados resulta em maior perda de peso e gordura, além de melhorias nos marcadores metabólicos de saúde associados a condições como diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardíacas.
“Esperamos que este estudo inspire mais pessoas e instrutores a considerar testes clínicos de exercício para criar programas de exercícios personalizados, focados na perda de gordura. Também ressalta a importância das abordagens baseadas em dados na busca pela precisão no exercício”, destacou Girish Nadkarni, participante do estudo.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução