Um estudo publicado, nesta quinta-feira (28/9), na revista Neurodegeneração Molecular, traz novas evidências sobre a causa do Alzheimer. Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, acreditam que a quebra das conexões entre os neurônios está por trás dos sintomas apresentados.
Os cientistas esperam que a descoberta sirva para que sejam encontrados novos métodos de tratamento para a doença.
O Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos. Ele afeta a função cognitiva e a memória dos pacientes, com prejuízos no dia a dia. Até aqui se sabe que a doença está relacionada com o acúmulo de proteínas tau e beta amilóide no cérebro.
Novas evidências sobre o Alzheimer
O novo estudo foi realizado em camundongos geneticamente modificados. Os pesquisadores manipularam o processo natural de edição de RNA, que ocorre quando células alteram a função de proteínas – para impedir que as sinapses entre neurônios fossem quebradas.
Com isso, a memória dos animais foi restaurada, mesmo sem que houvesse a remoção dos aglomerados de proteínas.
“A edição de RNA funcionou para restaurar as conexões das células nervosas sem a necessidade de remover qualquer amilóide dos cérebros dos animais. Isso, por sua vez, resgatou a memória, oferecendo um novo caminho para a compreensão e tratamento da doença”, afirmou o neurocientista Bryce Vissel, um dos autores do trabalho.
O RNA é suscetível a modificações depois de produzido, o que pode afetar o seu funcionamento.
Os pesquisadores descobriram haver um local específico no cérebro que faz a alteração da proteína GluA2, integrante de um receptor que ajuda os neurônios a se comunicarem entre si. Essa edição é menos frequente em pessoas diagnosticadas com Alzheimer. O achado levou os pesquisadores à suspeitarem que o processo está relacionado à doença neurodegenerativa .
A alteração do padrão de edição neste local no cérebro de camundongos com Alzheimer diminuiu os sintomas da doença.
“A edição de RNA pode ser usada como um ‘interruptor molecular’. Ao acionar o interruptor nos modelos de camundongos que usamos em nossa pesquisa, conseguimos impedir a quebra das conexões das células cerebrais”, detalhou Vissel.
Fonte: Metrópoles
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