O emoji de sorriso que indica que está tudo bem já deve ter sido usado por você, ou por alguém próximo de você, com o sentido oposto daquilo que o desenho realmente representa. Estudo feito no Japão aponta que pessoas usam os ícones para esconder as verdadeiras emoções tanto quanto as usam para mostrar os sentimentos reais.
Os cientistas recrutaram 1.289 voluntários, a maioria mulheres entre 11 e 26 anos. Todos baixaram e usaram um aplicativo gratuito de emojis muito popular do Japão.
A pesquisa descobriu que as pessoas eram mais propensas a deturpar suas emoções quando conversavam com pessoas fora do ciclo de amizade. Em contrapartida, os emojis foram usados com mais precisão e sem duplo sentido entre amigos.
Estudos anteriores diziam que as pessoas usavam os emojis como equivalentes para as suas expressões faciais reais. Entretanto, a nova pesquisa aponta que os emojis também estão sendo usados para mascarar emoções negativas.
Os cientistas destacam que os emojis com sorriso, por exemplo, são usados em contextos negativos na tentativa de deixar as mensagens mais positiva. Por sua vez, os emojis tristes são usados apenas quando os sentimentos negativos são muitos intensos e transcendem para a mensagem.
Distanciamento
No experimento, as pessoas eram propensas a usar emojis para refletir com precisão, aquilo que realmente sentiam, ao falar com amigos próximos.
“À medida que a socialização online se torna mais prevalente, as pessoas se acostumaram a embelezar suas expressões e examinar a adequação de sua comunicação”, afirmou a especialista em comportamento emocional Moyu Liu, da Universidade de Tóquio, para o jornal Daily Mail.
Ela, que liderou a pesquisa, alertou que a crescente preferência por socializar online pode distanciar as pessoas mais ainda, não só umas das outras, mas também das suas verdadeiras emoções.
“Pesquisas futuras devem explorar possíveis diferenças de gênero nas regras de exibição de emojis e examinar as questões estruturais que envolvem a formação dessas culturas emocionais”, afirmou a autora do estudo.
Fonte: Metrópoles