O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, nesta quinta-feira (22), que a decisão sobre qual órgão será responsável pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não está fechada e será discutida na próxima semana. A afirmação destoa do anúncio do chefe da Casa Civil, Rui Costa, na última terça-feira (20), de que a segurança de Lula seria feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Dino defende a atuação da Polícia Federal para cuidar da defesa do chefe do Executivo.
Segundo Dino, a decisão será tomada por Lula na próxima semana, uma vez que o prazo de funcionamento da secretária extraordinária que vigora atualmente termina em 30 de junho. “Lula está colhendo opiniões, e é claro que reconhecemos a importância do GSI, mas defendemos a atuação da PF, que tem sido elogiada e reconhecida”, afirmou o ministro. “Vamos apresentar isso, e é uma decisão que o presidente Lula vai tomar, em conjunto com o vice-presidente Alckmin, que também é destinatário dessa proteção”, completou Dino, durante coletiva de imprensa, ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Rui Costa tinha dito, na terça-feira, que será montado um modelo híbrido, mas sob coordenação do GSI. “É o GSI quem vai fazer, e o presidente terá a liberdade de convidar quem ele entender que deve compor, independentemente de ser policial federal, policial militar ou membro das Forças Armadas”, afirmou.
Atualmente, a segurança do presidente da República é realizada pela PF, por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, criada no início deste ano após os atos de vandalismo do 8 de Janeiro, em Brasília. De acordo com o decreto que criou a secretaria, após o fim do prazo de funcionamento, as atividades serão de competência privativa do GSI.
O GSI não foi totalmente isolado das funções de proteger Lula. No entanto, atualmente são os policiais os responsáveis pela segurança imediata dele. Já os servidores do GSI cuidam mais da segurança das instalações e de eventos que têm a participação do chefe do Executivo federal.
Com o decreto que criou a Sesp prestes a expirar, a Polícia Federal tentava convencer Lula a manter a corporação com as atuais funções. Um dos argumentos é que os policiais passam por um treinamento mais adequado que o dos militares para atuar em posições de segurança pessoal. Tanto que, desde a criação da secretaria, a corporação formou ao menos 400 policiais para trabalhar na proteção do presidente. A PF argumenta ainda que em países como os Estados Unidos e a Alemanha são policiais que cuidam da segurança presidencial.
Membros do governo são a favor da manutenção da PF após o mal-estar criado pelo GSI com os eventos do 8 de Janeiro, quando servidores da pasta foram filmados interagindo com os vândalos que invadiram o Palácio do Planalto.
O ministro do GSI, Amaro dos Santos, tem afirmado que o órgão tem condições de cuidar da segurança de Lula e que a presença da PF seria bem-vinda, mas, segundo ele, não faria falta. Para Santos, por mais que os policiais cuidem da proteção imediata do presidente, é o GSI que disponibiliza um efetivo maior a fim de manter seguro todo o ambiente em que o chefe do Executivo federal está.
Fonte: R7
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