Bader Monir, de 11 anos, é um dos 13 brasileiros que estão abrigados na Escola das Irmãs do Rosário, na Faixa de Gaza. O Itamaraty chegou a pedir, na quarta-feira (11/10), que Israel não bombardeie uma escola que abriga os brasileiros em meio ao conflito.
O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, enviou vídeos de como os palestinos estão sendo recebidos no local, antes de conseguir a retirada. Em uma das gravações, Bader pede: “Queria sair de Gaza, porque aqui eu posso morrer”.
Veja:
O nome da escola e a localização foram confirmados pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia.
Ainda segundo o escritório, outros 15 brasileiros preferiram ficar em suas próprias casas. A região tem sido bombardeada nos últimos dias em meio ao conflito entre Israel e Hamas. Desde o último sábado (7/10), há pelo menos 2,3 mil mortos. Na terça-feira (10/10), um bombardeio na Faixa de Gaza atingiu a casa de um brasileiro, que ficou ferido.
Mais seguro fora de Gaza
Bader também disse que se sentirá mais seguro no Brasil, depois de conseguir ser repatriado com os demais brasileiros.
“Lá no Brasil, a gente vai ter muito mais segurança”, afirmou Bader Monir.
Além disso, o menino pediu doação de itens em favor dos brasileiros que estão na escola, para tornar o período de espera pela repatriação mais confortável, junto a mantimentos básicos para a sobrevivência no local. “Não sabemos quanto tempo vamos ficar aqui. (…) A gente precisa de coisas para conseguimos viver”, afirmou o menino.
Alguns dos itens solicitados são colchões, cobertores, almofadas, gasolina e comida.
Bader destacou ainda que se sente mais seguro. “Graças a Deus mais segurança enquanto esperamos o deslocamento. (…) Me senti com muita segurança, porque aqui a gente não pode morrer. O chão é limpo, tudo é limpo. É muito melhor pra mim do que ficar de casa, muito obrigado, Brasil”, celebrou. “É uma escola muito bonita. (…) Nos tiraram de casa, a minha casa”, afirmou.
A embaixada do Brasil na Palestina fornece atendimento psicológico de forma virtual, especialmente para crianças. O objetivo é “atenuar as consequências dos bombardeios constantes sobre a saúde mental dos brasileiros afetados, sobretudo crianças”, de acordo com a embaixada.
O atendimento é feito por psicóloga palestina contratada pelo posto.
A logística de transferência dos brasileiros, segundo o Itamaraty, já está pronta e prevê o uso de ônibus, que os levarão do norte da Faixa de Gaza até o ponto de passagem, em Rafa. De lá, o grupo seguirá para o Cairo, no Egito, também por via terrestre e, depois, será repatriado.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução