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    Início » Como menina de três anos pode ter sobrevivido após 40 dias sem comer?
    Saúde

    Como menina de três anos pode ter sobrevivido após 40 dias sem comer?

    Caso aconteceu no interior de SP; especialistas dão possível explicação de como ela teria aguentado tanto tempo.
    GUILHERME MORAESBy GUILHERME MORAES10 de junho de 2023Nenhum comentário5 Mins Read
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    Essa semana, o caso de um homem que deixou a filha, uma criança de três anos, por mais de 40 dias sem comer, chocou o país. A menina, que foi encontrada desnutrida e com os ossos à mostra, está com sequelas para sentar, falar e andar, segundo boletim médico divulgado nesta terça-feira (6) pela Santa Casa de Rio Claro, no interior de São Paulo.

    O acusado relatou aos policiais que também estava sem comer durante esse período. A filha foi diagnosticada com desnutrição marasmática aguda. 

    O Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento explica que existem três tipos de desnutrição proteico-energéticas: marasmo; Kwashiorkor; e inanição.

    O marasmo ocorre quando há uma deficiência grave de calorias e proteínas, causando perda de peso, massa muscular e de gordura, além da desidratação. Esse tipo de desnutrição costuma afetar lactentes e crianças pequenas.

    A desnutrição Kwashiorkor causa uma deficiência maior de proteínas do que de calorias, e é menos comum do que o marasmo. Apesar de ser mais comum em algumas regiões do mundo após o desmame de bebês, esse tipo de desnutrição pode afetar qualquer pessoa que tenha uma dieta pobre em proteínas, mesmo que rica em calorias e carboidratos.

    Quem desenvolve Kwashiorkor tende a reter líquidos, podendo ter um aspecto inchado e, em casos graves, ter o abdômen distendido. 

    Já a inanição é a manifestação mais extrema da desnutrição proteico-energética, ocasionada pela falta parcial ou total de nutrientes durante um longo período de tempo.

    O Manual MSD destaca que esse tipo de desnutrição costuma ocorrer devido à falta de alimentos disponíveis, mas pode ser decorrente, também, de jejuns propositais ou de anorexia nervosa. 

    A endocrinologista Thais Mussi, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), afirma que uma pessoa saudável e bem-hidratada pode sobreviver até três semanas sem comer. No entanto, o período pode variar conforme o organismo de cada pessoa. 

    “Crianças e lactentes têm necessidades nutricionais específicas devido ao seu crescimento e desenvolvimento acelerados. Portanto, períodos prolongados de jejum podem ter um impacto maior nessas faixas etárias. Além disso, idosos podem apresentar maior vulnerabilidade e riscos relacionados ao jejum prolongado”, alega Tassiane Alvarenga, também endocrinologista da SBEM. 

    Já adultos saudáveis, com reservas de gordura mais substânciais e menor taxa metabólica, podem suportar o jejum por mais tempo.

    Embora haja essa limitação de tempo, Thais explica que o corpo humano é adaptável. O que poderia explicar a sobrevivência por tanto tempo seria a manutenção de hidratação e o fato de a criança estar fisicamente inativa. 

    Ainda que exista essa possibilidade, as consequências ao organismo de uma criança são graves. 

    “Na maioria dos casos, ficar de 20 a 40 dias em jejum pode ser fatal [de modo geral]. O consumo de água, por exemplo, pode influenciar no tempo de sobrevivência de uma pessoa em privação de comida”, explica a nutricionista Vanessa Furstenberger.

    Ela acrescenta que as moléculas que são fontes de energia para o corpo são: carboidratos, lipídeos e proteínas, que também acabam sendo consumidas nessa ordem quando o corpo precisa de energia. 

    “Quando o organismo começa a quebrar proteínas, ele estará degradando os próprios tecidos e, nesse ponto, os efeitos colaterais começam a ser significativos, trazendo riscos a saúde”, pontua.

    O pediatra Paulo Telles, da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), assegura que os efeitos e consequências da desnutrição para o futuro da criança podem incluir atraso no crescimento, atraso do neurodesenvolvimento, baixa capacidade para resolução de problemas e alteração do sistema imunológico, favorecendo o aparecimento de infecções.

    Os especialistas lembram, ainda, que o jejum prolongado pode levar à perda de peso, fraqueza e tontura, alterações de humor, irritabilidade, halitose, dores de cabeça, desmaios, crises de hipoglicemia (níveis baixos de glicose no sangue), redução do metabolismo, e até mesmo levar à falência de órgãos e, consequentemente, à morte. 

    Reações fisiológicas

    Thais explica que, a partir do jejum, o corpo entra em uma espécie de “modo de sobrevivência”. Entre as reações fisiológicas que aconteccem na privação alimentar, ela cita:

    • Glicogenólise (aproximadamente 24 a 48 horas): O corpo usa as reservas de glicogênio no fígado e nos músculos. O glicogênio é quebrado para liberar glicose, que é usada como fonte de energia.

    • Cetose (de alguns dias a duas semanas aproximadamente): Quando as reservas de glicogênio se esgotam, o corpo começa a quebrar gorduras para obter energia. Isso resulta na produção de corpos cetônicos, que podem ser usados pelo cérebro e outros tecidos para ter energia.

    • Fome proteica (após duas a três semanas): Se a privação de comida continuar, o corpo passa a quebrar proteínas nos músculos e em outros tecidos para obter energia, o que pode levar à perda de massa muscular e eventual falência de órgãos.

    “Durante este tempo, muitos processos metabólicos e hormonais ocorrem para tentar manter o corpo funcionando. Por exemplo, a secreção de insulina diminui para reduzir a utilização de glicose, e o glucagon e o cortisol aumentam para promover a quebra de gordura e proteína”, esclarece.

    Atualmente, a criança se encontra internada e está em processo de reintrodução alimentar. As médicas Flávia Meneghetti e Samila Batelochi Gallo, responsáveis pela recuperação dela, disseram que a princípio, “a dieta é pastosa, com aumento gradual de proteínas e calorias e com suplementação de vitaminas e minerais adequados para a situação atual dela”.

    Tassiane comenta que, nos casos de jejum prolongado, como o que houve, é necessário que a reintrodução alimentar seja feita com a orientação médica, de modo a evitar que ocorra a síndrome de realimentação.

    A condição é potencialmente letal e causa alterações neurológicas, sintomas respiratórios, arritmias e falência cardíacas, poucos dias após a realimentação.

    Sua causa é decorrente de sobrecarga na ingestão calórica e reduzida capacidade do sistema cardiovascular.

    Fonte: R7
    Foto: Reprodução/ Redes sociais

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