Durante a Cúpula do Clima, participantes reclamam dos altos valores cobrados por comidas e bebidas nas lanchonetes da área restrita do evento; levar lanche de casa é proibido.
Os preços dos alimentos e bebidas vendidos na área restrita da COP30, em Belém (PA), têm surpreendido participantes, jornalistas e observadores internacionais. Em meio às discussões sobre justiça climática e sustentabilidade, até um simples lanche virou item de luxo: uma coxinha de frango custa R$ 45, enquanto uma lata de água mineral sai por R$ 25.
Nas lanchonetes da chamada blue zone — área do Parque da Cidade reservada a delegações e imprensa —, os valores chamam a atenção. Um sanduíche natural é vendido por R$ 35, um suco natural de frutas regionais, por R$ 30, e um prato feito, como filé ao molho madeira, chega a R$ 70. Até a sobremesa pesa no bolso: o brigadeiro custa R$ 20, e o brownie, R$ 30.
Os preços variam pouco entre os estabelecimentos credenciados. Em outra lanchonete do mesmo setor, a água de 500 mL é vendida por R$ 15, e o café preto de 180 mL, por R$ 20. Já o café com leite chega a R$ 25. Um combo com cinco bombons regionais custa R$ 100.
Quem busca opções mais completas também precisa preparar o bolso. A pizza, servida em quatro pedaços, varia entre R$ 95 e R$ 100, enquanto uma fatia de bolo de chocolate ou red velvet sai por R$ 50. Nem as frutas escapam: a salada com laranja, kiwi, uva verde, manga, abacaxi e mamão custa R$ 50.
Levar comida de casa, no entanto, não é permitido. Segundo o site oficial da COP30, por questões de segurança, é proibida a entrada de alimentos externos. O evento determina que todas as refeições sejam realizadas nas áreas designadas, com consumo apenas nos pontos de alimentação credenciados.
Funcionários dos estabelecimentos afirmam que os preços são dolarizados e que parte do valor é repassada à organização do evento. O lucro das lanchonetes, dizem, também está incluído nessa margem.
Enquanto líderes mundiais discutem formas de reduzir desigualdades e proteger o planeta, o custo de uma refeição na COP30 em Belém se tornou, para muitos participantes, mais um desafio difícil de engolir.

