O criminoso amazonense Kaio Wuellington Cardoso dos Santos, conhecido como Mano Kaio, apontado pelas forças de segurança como um dos nomes mais perigosos do Comando Vermelho (CV) no Norte do país, estaria escondido no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro — área que foi alvo de uma megaoperação policial nesta terça-feira (27).
Até o momento, não há confirmação se ele está entre os presos ou mortos.
Considerado o “02” da facção no Amazonas, Mano Kaio já esteve por trás de algumas das ações criminosas mais violentas registradas no estado. Em junho de 2021, ele foi apontado como responsável pela onda de ataques que incendiou veículos, depredou prédios públicos, impôs toque de recolher e levou pânico às ruas de Manaus e de ao menos nove cidades do interior.
Desde então, ele se mantém foragido. Em julho de 2024, Mano Kaio foi um dos principais alvos da Operação Rota do Rio 2, que mirou o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro. Investigações indicam que ele e outro criminoso do Amazonas, identificado como Sílvio Andrade da Costa, o “Silvinho”, teriam se refugiado em áreas controladas pelo CV na capital fluminense.
Histórico violento
A ficha criminal de Mano Kaio se estende por mais de 14 anos.
Em 2010, ainda adolescente, já integrava uma quadrilha especializada em invasões a residências de alto padrão. No ano seguinte, foi preso por roubo de veículo. Após sair do presídio, passou a atuar no tráfico de drogas e rapidamente ascendeu na estrutura criminosa.
Em 2013, ele foi apontado como um dos executores dos traficantes Frank “Frankzinho do 40” e Carlos Uchoa, o “Tonga”, encontrados esquartejados em malas — crime que chocou Manaus. Em 2015, chegou a ser detido no Ceará, mas fugiu durante uma rebelião.
No período em que permaneceu foragido, tornou-se uma das principais lideranças da Família do Norte (FDN), braço do CV no Amazonas. Em 2017, foi apontado como articulador da chacina do Compaj, que deixou 56 detentos mortos, na terceira maior rebelião carcerária da história do país.
Preso novamente em 2017, no Rio de Janeiro, Mano Kaio foi investigado por vínculos com uma rede internacional de tráfico de drogas e armas envolvendo Peru e Colômbia. Segundo autoridades, mais de 50 assassinatos são atribuídos a ele.
Mesmo assim, até hoje possui condenação formal por apenas dois homicídios — o de um feirante em 2013 e o de uma mulher em 2012, somando 28 anos de pena.
Em 2018, uma nova fuga o colocou entre os criminosos mais procurados do Amazonas, e desde então seu paradeiro oficial permaneceu desconhecido.
Caçada continua
Dez dias após os ataques coordenados que aterrorizaram o Amazonas em 2021, a Polícia Civil do Rio chegou a deflagrar uma operação no Complexo da Penha para prendê-lo, mas sem sucesso.
Agora, após a nova megaoperação realizada nesta terça-feira, cresce a expectativa sobre o possível cerco ao criminoso.
Até o momento, autoridades ainda não confirmaram se Mano Kaio está entre os alvos identificados.

