Meses depois de ter Covid-19, muitos pacientes continuam sentindo sintomas relacionados à infecção, em um quadro que ficou conhecido como Covid longa. Pesquisadores americanos descobriram que o coronavírus pode estar relacionado ao desenvolvimento de mais um tipo de condição: a doença de príon.
O relato conta o caso de um paciente de 62 anos que morreu ao desenvolver príons após ter Covid grave. O artigo foi publicado na revista científica American Journal of Case Reports nessa quinta (21/9).
A doença de príon é um termo que engloba patologias caracterizadas pela deterioração progressiva da função mental, levando à demência, espasmos musculares (mioclonia) e andar cambaleante. Segundo o Ministério da Saúde, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é a forma mais comum desse tipo de degeneração.
O paciente americano apresentou sintomas de demência e dificuldade para andar após uma infecção grave causada pelo coronavírus. Uma bateria de testes foi realizada para identificar doenças neurológicas, como Parkinson, mas os resultados descartaram esta suspeita.
Uma investigação mais profunda apontou o acúmulo de príons, proteínas infecciosas capazes de causar a doença de Creutzfeldt-Jakob. “Embora exista uma alta chance de a Covid-19 ser a responsável pelo desenvolvimento da doença, não há evidências definitivas além de descobertas coincidentes. Estudos futuros podem ser necessários para estabelecer esta correlação”, ponderam os cientistas no artigo publicado.
Doença de Creutzfeldt-Jakob
As causas mais frequentes da doença de príon são divididas em esporádicas, hereditárias e adquiridas. A primeira é sem razão definida. A segunda está relacionada a uma predisposição genética herdada por familiares. Já a terceira é adquirida pelo consumo de um material contaminado, como carne.
Os sintomas da doença de príon podem incluir:
•Perda de intelecto e memória;
•Mudanças na personalidade;
•Perda de equilíbrio e coordenação;
•Fala arrastada;
•Problemas de visão e cegueira.
•Movimentos bruscos anormais;
•Perda progressiva da função cerebral e mobilidade.
Fonte: Metrópoles
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