A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (16), em Manaus (AM), mais um suspeito de integrar a organização criminosa que enviava skunk, droga conhecida como ‘supermaconha’, para o Sul do país. A ação faz parte da Campinas Connection, operação que busca combater o tráfico de drogas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos.
O investigado é apontado como um transportador rotineiro de drogas. Segundo a PF, ainda restam dois investigados com mandados de prisão temporária em aberto e as buscas por ambos continuam em andamento. Nesta quinta (15), a polícia iniciou o cumprimento a 15 mandados de prisão, busca e apreensão em quatro estados do Brasil.
De acordo com a polícia, entre os mandados, seis são de prisão temporária (30 dias) e foram cumpridos nas cidades de Campinas, São Paulo, Manaus (AM), Joinville (SC) e Tramandai (RS). Os alvos de Campinas e do Rio Grande do Sul já estavam presos e outros quatro continuam sendo procurados. Os municípios do Amazonas, Santa Catarina e de São Paulo, incluindo Osasco, também receberam nove mandados de busca.
Durante a operação, duas pessoas que não eram investigadas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e um investigado se apresentou à Polícia Federal em Joinville. Todos os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Campinas.
Entenda a operação
A investigação começou a partir da prisão em flagrante de um passageiro no dia 24 de março desse ano. Ele saiu de um voo de Manaus com destino a Campinas e foi detido no Aeroporto de Viracopos com mais de 10 quilos de skunk, droga conhecida como ‘supermaconha’. Segundo a polícia, o suspeito tinha feito ao menos cinco viagens para o Sul do Brasil.
Desde que as fiscalizações foram intensificadas em Viracopos, 20 passageiros foram presos. Com eles, a Polícia Federal e a Receita Federal apreenderam mais de 143 quilos de drogas, incluindo maconha e cocaína. Segundo a PF, apenas um dos investigados movimentou em suas contas bancárias quase R$ 1 milhão em apenas quatro meses.
Agora a operação Campinas Connection busca provas contra os integrantes dessa associação criminosa, que dão suporte logístico, financeiro e operacional ao grupo.
“As pessoas que nós normalmente detectamos trazendo droga do Amazonas para cá, nesses vários flagrantes, são pessoas jovens, entre 20 e 30 anos. A maioria delas, mulheres, inclusive. Das 20 pessoas presas nesse período, 13 eram mulheres, que compõem um outro braço da organização criminosa. São pessoas avulsas que aceitam fazer o transporte por um determinado valor”.
“Nós temos as células do norte, que são os captadores dos transportadores, das mulas, e as pessoas que adquirem essas drogas, ou dentro do estado do Amazonas, ou provavelmente em outro país da América Latina”, detalhou Edson. “Por fim, nós temos pessoas aqui em São Paulo e no Sul que são as compradoras dessa droga, a logística e o transporte da droga no Sul do país, passando por Campinas”.
Supermaconha
Na coletiva, o delegado chefe da Polícia Federal em Campinas explicou o motivo da escolha dos criminosos por transportar esse tipo de maconha com efeitos mais potentes. “Considerando que essa droga é uma droga mais valiosa, essa droga para uso recreativo tem um valor agregado tanto no seu princípio ativo, quanto no seu valor”.
“A razão dela ser encaminhada do estado do Amazonas para Santa Catarina é, evidentemente, festas, consumo de pessoas um pouco mais abastadas, que não é um consumo comum de drogas que se encontra em alguns pontos de venda de drogas nas cidades”.
Fonte: G1 Amazonas
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