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    Após defender partido nazista no Brasil, Flow demite Monark

    Alex cruzBy Alex cruz9 de fevereiro de 2022Updated:13 de fevereiro de 2023Nenhum comentário9 Mins Read
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    Os Estúdios Flow anunciaram nesta terça-feira (8), o desligamento do youtuber Monark e a remoção do episódio em que o apresentador defendeu a existência de um partido nazista no Brasil, transmitido na segunda-feira. Além do Flow, outros nove podcasts usam o estúdio para fazer gravações.  De acordo com a nota publicada no Twitter, a decisão foi tomada “em conformidade com o que determinam todos os preceitos de boa prática”, e com a visão e missão que a empresa compactua e segue.  O comunicado termina com um pedido de desculpas à comunidade judaica e com uma mensagem de repúdio “a qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de uma sociedade”.

    Em vídeo publicado no Twitter, Monark alegou estar “muito bêbado” no momento da discussão sobre nazismo que aconteceu no episódio do Flow Podcast nesta segunda-feira, 7, e pediu perdão à comunidade judaica pelo posicionamento. “Falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica e peço perdão pela minha insensibilidade”, disse.Mais cedo, num vídeo de quase nove minutos publicado em suas redes sociais, o youtuber condenou o nazismo como princípio ideológico discriminatório, mas insistiu na defesa da liberdade de expressão, que deveria garantir a existência de um partido nazista, assim como existem partidos comunistas. “Minha ideia é que o cara fale que ele é um idiota para que a gente possa saber que é um idiota”, afirmou. Monark também reclamou da “cultura do cancelamento” e do “assédio” aos patrocinadores do programa, que passaram a cancelar contratos com o podcast.

    “Vocês estão acabando com o debate. Não consigo ter mais conversas no meu programa”, disse o youtuber. “É muito perigoso quando as pessoas querem desvirtuar totalmente o debate e me caçarem e colocar como um monstro. Estou cansado. Está impossível se expressar na internet”. No vídeo, também reclamou que suas declarações foram tiradas de contexto.

    Em vídeo publicado no seu canal no YouTube, o deputado federal e membro do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri (DEM-SP), disse que se deve “combater e repudiar” o nazismo e o comunismo, e que a melhor forma de se fazer isso é pelo debate aberto. “Quanto mais luz você jogar sob essa ideologia nefasta, melhor para combater e melhor para ter um consenso que (o nazismo) é extremamente bizarro, que não deve ser defendido por nenhuma pessoa”, afirmou.

    No começo da tarde, o assunto “comunismo” se tornou um dos mais discutidos nos trending topics do Twitter brasileiro. Influenciadores do MBL resgataram vídeos do ativista marxista Jones Manoel, que fala em “ódio de classes” e relembraram o protesto realizado numa igreja em Curitiba neste sábado, 5.

    “A invasão da igreja em Curitiba não motivou nenhum gritinho histérico ou indignação fingida dos nossos intelectuais preocupados com a democracia”, escreveu Renan Santos, coordenador nacional do grupo.

    Em comunicado publicado no Twitter, o Partido da Causa Operária (PCO), argumentou em defesa a Monark e Kim Kataguiri e disse que “o argumento de tornar o fascismo ilegal abre margem para também criminalizar o comunismo”. O PCO ainda afirmou que “o Estado não deve ter o poder de pôr nenhum partido na ilegalidade” e que a luta contra o fascismo deve ser contra a repressão estatal.

    Já a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) defendeu, no Twitter, que a ideologia nazista deve ser banida. “Nossa liberdade termina quando começa a do outro. Ponto final”, afirmou a deputada. “O nazismo e outras ideologias que ameaçam a existência e integridade de pessoas ou grupos, sejam judeus, PCD, negros ou LGBTQIA+, são intoleráveis e devem ser banidas. Isso sempre foi e será inegociável para mim.”

    Entenda o caso 

    O apresentador do Flow Podcast, Monark, defendeu na noite desta segunda-feira (7), a formalização de um partido nazista junto à Justiça Eleitoral brasileira, contrariando princípios básicos da Constituição, como a promoção do “bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. O programa recebia os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP). Durante uma discussão sobre regimes radicais de direita e esquerda, o anfitrião do podcast saiu em defesa do “direito” de ser antissemita. “Eu acho que tinha de ter o partido nazista reconhecido pela lei”, disse.

    Tabata Amaral rebateu as afirmações de Monark (nome artístico de Bruno Aiub), classificando-as como “esdrúxulas” e citando o holocausto na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, período marcado pelo extermínio de mais de 6 milhões de judeus. Kataguiri, por sua vez, queixou-se porque, segundo sua percepção, defensores do comunismo teriam mais espaço na mídia do que defensores do nazismo. Ponderando sobre a existência do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), o deputado afirmou: “A gente não tem um partido formal fascista ou nazista com espaço no parlamento e na imprensa”.

    A veiculação de símbolos, ornamentos, emblemas, distintivos ou propaganda relacionados ao nazismo é crime previsto em lei federal e descrito na Constituição como inafiançável e imprescritível.

    Monark argumentou que a organização formal de um partido nazista estaria amparada pela liberdade de expressão. Fazendo um contraponto, Tabata afirmou que tal liberdade termina quando se manifesta contra a vida de outras pessoas, sublinhando que o nazismo coloca em risco a vida da população judaica, ao que o apresentador indagou: “De que forma?”.

    “Se o cara quiser ser antijudeu, eu acho que ele deveria ter o direito de ser”, afirmou Monark. Segundo ele, esse posicionamento seria restrito a uma questão de “ideais” e não estaria relacionado à vida ou à morte de judeus. Respondendo à deputada, que criticou o ato de questionar a existência de alguém, Monark insistiu: “questionar é sempre válido”. Depois, em determinado momento, Kim disse achar errado o fato de a Alemanha ter criminalizado o nazismo.

    Segundo a advogada criminalista Cecília Mello, ex-juíza do TRF-3, a suposta liberdade para ser nazista, como defende Monark, encontraria uma barreira na maior valoração de outros direitos fundamentais. “Existem vedações constitucionais em relação à preservação do direito do outro. A sua liberdade é inserida dentro do contexto dos direitos coletivos. Inclusive, quando há dois direitos juntos, verifica-se qual deles tem um peso maior para a sociedade, e, seguramente, nesse sentido, os direitos de respeito, de dignidade e de consideração ao ser humano prevalecem sobre a alegada liberdade de expressão”.

    Cecília ressalta que a legislação determina que a criação de partidos políticos deve atender à democracia e o respeito aos direitos fundamentais. “Portanto, por consequência lógica, proíbe a existência de grupos partidários contrários a esses valores”, observa.

    O ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório afirma que não se pode, em hipótese alguma, comparar legendas de esquerda com a alcunha de ‘comunistas’ a um possível partido nazista. Segundo ele, tanto o PCdoB quanto as siglas socialistas carregam esses rótulos somente no nome e se inserem na estrutura democrática da Constituição brasileira. “Me surpreende algum parlamentar defender a criação de um partido nazista. Seria um retrocesso inaceitável na democracia brasileira. Importante combatermos a cultura nazista até o fim dos tempos”, disse.

    Osório reforça que a liberdade de expressão tem limites constitucionais. O ex-AGU dá exemplos de manifestações que não são amparadas por esse princípio: “Não há possibilidade de se exercer a liberdade para propagar pedofilia nas redes sociais, por exemplo, ou estimular o terrorismo. A vedação aos crimes de discriminação e preconceito constituem um desses limites”.

    “A prática do nazismo constitui crime de discriminação e preconceito. Não se pode criar um partido no Brasil para funcionar como organização criminosa”, completou.

    Judeus pela Democracia

    O grupo Judeus pela Democracia foi às redes sociais na manhã desta terça-feira, 8, se manifestar sobre as declarações do apresentador. A entidade classificou a resposta de Tabata como “perfeita” e criticou o argumento sobre a “liberdade de expressão” sem limites. “Ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas. Racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão”, escreveu o grupo.

    Pouco depois, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) divulgou nota à imprensa para condenar “de forma veeemente” a defesa da existência de um partido nazista no Brasil e do “direito de ser antijudeu” manifestado por Monark. “O nazismo prega a supremacia racial e o extermínio de grupos que considera ‘inferiores’. Sob a liderança de Hitler, o nazismo comandou uma máquina de extermínio no coração da Europa que matou 6 milhões de judeus inocentes e também homossexuais, ciganos e outras minorias. O discurso de ódio e a defesa do discurso de ódio trazem consequências terríveis para a humanidade, e o nazismo é sua maior evidência histórica”, diz a nota.

    A Federação Israelita de São Paulo se pronunciou na mesma linha. “Monark insistiu que suas falas estariam escudadas no princípio da liberdade de expressão, demonstrando, a um só tempo, desconhecer a história do povo judeu, e a natureza de um princípio constitucional essencial, muitas vezes deturpado por aqueles que insistem em propagar um discurso que incita o ódio contra minorias”, escreveu a federação em nota.

    Também começou a crescer nas redes sociais a pressão para que patrocinadores do podcast retirem recursos do programa. O Judeus pelo Brasil cobrou que o grupo Sleeping Giants tome a frente da mobilização para que as empresas que apoiam o programa encerrem os contratos. A Mondelez Brasil, dona da marca de chocolates Bis, por exemplo, divulgou em suas redes sociais uma nota de repúdio a manifestações nazistas, racistas ou discriminatórias. A empresa também alega que patrocinou apenas dois episódios no ano passado e que já solicitou ao Flow a retirada da marca, citada entre os patrocinadores do podcast.

    O Flow vem ganhando destaque no cenário político ao trazer pré-candidatos às eleições de 2022. Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) participaram recentemente do programa. Como mostrou o Estadão, presidenciáveis e políticos em geral têm recorrido aos podcasts como alternativa para expor suas ideias num ambiente menos formal e crítico do que entrevistas a veículos tradicionais de imprensa, por exemplo.

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