Manifestações organizadas pelo Sindicato dos Bancários estão marcadas para esta terça-feira, 14, em Brasília e São Paulo; protestos também pedem redução da taxa de juros.
O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, divulgou nesta segunda-feira, 13, em suas redes sociais, manifestação do Sindicato dos Bancários contra Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central (BC), e favorável à redução da taxa de juros. Dois atos estão marcados para acontecer nesta terça, sendo um em frente ao prédio do BC em Brasília, a partir das 12h, e outro em frente à sede do banco na Avenida Paulista, em São Paulo, a partir das 11h. “Bancários do Brasil farão atos amanhã pela redução da taxa Selic, com palavras de ordem ‘Fora Campos Neto’! Aqui em Brasília ocorrerá na frente do Banco Central, a partir das 12h”, escreveu o parlamentar. A organização da manifestação acontece após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticar a manutenção da taxa de juros em 13,75% ao ano. Como a Jovem Pan mostrou, o mandatário afirmou que a alta da Selic é “uma vergonha” e cobrou responsabilidade de Campos Neto. “É só ver a carta do Comitê de Política Monetária (Copom) para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse em cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Lula chegou, inclusive, a fazer um paralelo com a época em que o Banco Central não era independente e reforçou o pedido para que empresários se unissem contra a alta dos juros. “Quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava. O único dia em que a Fiesp falava era quando aumentava os juros. No meu tempo, 10% eram muito, hoje, 13,5% é pouco. Se a classe empresarial não se manifestar, se as pessoas acharem que vocês estão felizes com 13,5%, sinceramente, eles não vão baixar juros, e nós precisamos ter noção. E não é o Lula que vai brigar, não. Quem tem que brigar é a sociedade brasileira”, ressaltou. O ministro Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, já assegurou, no entanto, que o governo não discute a revogação da autonomia da instituição. Segundo ele, “não existe qualquer discussão dentro do governo sobre mudança da lei do Banco Central”, mas sim uma “vontade de que aquilo que está nos objetivos do BC sejam cada vez mais perseguidos por todos”.
Fonte: JP Notícias