Atentados de 2001 deixaram quase 3 mil mortos, abalaram a segurança dos EUA e redefiniram a ordem internacional
Na manhã de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos viveram o maior ataque terrorista de sua história. Às 8h46, o voo 11 da American Airlines colidiu contra a torre norte do World Trade Center, em Nova York. Dezessete minutos depois, o voo 175 da United Airlines atingiu a torre sul, deixando claro que não se tratava de acidente.
Em pouco mais de uma hora, os símbolos do poder econômico americano ruíram diante de transmissões ao vivo. A torre sul desabou às 9h59, seguida pela torre norte às 10h28. No total, quase 3 mil pessoas morreram, incluindo centenas de bombeiros e policiais que atuavam no resgate.
Os ataques também atingiram o Pentágono, em Washington, onde 184 pessoas perderam a vida após a queda do voo 77 da American Airlines. Já o voo 93 da United Airlines caiu em um campo na Pensilvânia, após a reação de passageiros que impediram os terroristas de alcançar outro alvo.
Ruptura na segurança americana
Para a analista internacional Fernanda Magnotta, o 11 de Setembro mudou a concepção de guerra e segurança. “Passamos a falar em guerras assimétricas, em ameaças que não vinham mais apenas de Estados rivais, mas de atores transnacionais, descentralizados e difíceis de combater”, afirmou à CNN.
A tragédia também quebrou a noção de invulnerabilidade do território americano, comparável apenas ao ataque japonês a Pearl Harbor em 1941.
Consequências globais
As repercussões ultrapassaram as fronteiras dos EUA. Controles de segurança foram reforçados em aeroportos, serviços de inteligência se reestruturaram e a vigilância digital se ampliou.
No campo militar, Washington lançou a “guerra ao terror”, com a invasão do Afeganistão em 2001 e, dois anos depois, do Iraque. O resultado foi uma nova ordem geopolítica, marcada por guerras prolongadas e pelo debate sobre segurança versus direitos civis.
Custos e reconstrução
O impacto econômico foi imediato: as perdas nas primeiras semanas chegaram a US$ 123 bilhões. O Congresso americano liberou pacotes emergenciais, incluindo US$ 40 bilhões para ações antiterroristas e US$ 15 bilhões para salvar companhias aéreas.
A limpeza do Marco Zero levou quase nove meses, exigiu 3,1 milhões de horas de trabalho e custou US$ 750 milhões. No local, hoje funciona o Memorial e Museu do 11 de Setembro.
Reforço na inteligência
Segundo o professor Gunther Rudzit, a reorganização da inteligência americana foi decisiva. “O Departamento de Segurança Interna passou a reunir diferentes agências, criando um fluxo de informações mais eficiente”, explicou.
Outra medida polêmica foi a aprovação do Patriot Act, que autorizou a coleta de metadados de ligações e mensagens de milhões de cidadãos, em nome da segurança nacional.
Memória e legado
Mais de duas décadas depois, o 11 de Setembro segue como marco histórico. Para especialistas, o atentado não apenas redefiniu a política externa americana, mas também alterou o cotidiano global — do embarque em aeroportos à vigilância digital, da diplomacia internacional à percepção de risco.
O dia que começou com céu limpo em Nova York terminou marcado como o maior ataque terrorista em solo americano e como o ponto de virada da geopolítica contemporânea.